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Qual o futuro das áreas de eventos?

Qual o futuro das áreas de eventos?
Natália Montibeller
mai. 7 - 6 min de leitura
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Eu me formei em engenharia atuando em indústrias extremamente técnicas, e depois de ter levado metade da faculdade para consultar com a minha terapeuta da época, eu decidi que queria me testar na área comercial.
Isso faz 5 anos - até hoje minha terapeuta fatura de encontros com amigos de amigos meus - e de lá pra cá foi que a minha relação com o mercado criativo começou.
Eu fui chamada para trabalhar na área comercial de eventos da Resultados Digitais, startup de tecnologia que estava no auge, que cria ótimos vendedores para o mercado e propõe uma cultura genuína e extremamente forte. 
Como consequência dessa energia interna, eles criaram o RD Summit, o maior evento de marketing digital do Brasil, que acontece anualmente para 15.000 pessoas. E também criaram o RD on the Road, evento que rodava cerca de 12 cidades pelo Brasil como estratégia de educar o mercado.
Eu atuava fazendo a captação de patrocinadores para esses eventos e diretamente com decisores do mercado de tecnologia.
Trabalhar com esse tipo de profissional me instigou a questionar muito sobre números. Afinal, eu era uma engenheira recém aterrissada num mercado criativo, eu não tinha muito o que oferecer a não ser pensar racionalmente nos resultados desses investimentos.
Esse meu relacionamento com o comercial iniciou em 2016 e de lá pra cá a crescente do mercado foi gigante. Empresas se apropriaram de eventos como forma de humanizar suas comunicações e ganhar musculatura de marca, deu certo e essa estratégia foi infinitamente replicada.
Como vendedora, minha forma de ganhar vantagem das outras dezenas de eventos que concorriam com o meu, era questionar por resultados.
O que uma empresa ganhava ao investir 30, 90, 250 mil em um evento? O que o fazia retornar como patrocinadora no ano seguinte? O que eu estava vendendo além de todos os outros vendedores que acionavam as mesmas empresas para patrocinar?
Caí nos números.
Durante meu tempo no mercado de eventos, eu nunca encontrei um que entregasse mensuração de resultados de maneira clara aos patrocinadores, que se comprometesse em ajudá-los a buscar resultados tangíveis, mensurados, metrificados. E isso era quase tudo o que um decisor de tecnologia quer ouvir para poder decidir um investimento (muitos deles também são engenheiros).
O mercado se sustentou vendendo metro quadrado, espaço físico e assinatura de marca em telões. Qual decisor consciente tem a coragem de investir nisso? Pra mim não fazia sentido e tive essa resposta questionando eles mesmos. Nessa dança, minha cota era vendida.
Criava junto com o patrocinador expectativa de geração de leads, agendamento de reuniões e, por fim, previsão de vendas pós eventos de acordo com suas taxas de conversão. O decisor muitas vezes não fazia isso nem para operação interna de Vendas, quem dera para o evento que patrocinava.
Nesses 3 anos eu vi a feira do RD Summit crescer de 30 para 120 patrocinadores, triplicar seus valores de cotas, e entregar uma recorrência de patrocínio rara. Eu nunca vendi estande ou assinatura de marca, eu sempre vendi resultados. De certa forma, eu vendia dinheiro.
Em 2019 iniciei a C45, especializada em vender cotas de patrocínio, criei uma metodologia de resultados e apliquei com diversos patrocinadores. Ao mesmo tempo também ajudei grandes eventos do Brasil com suas estratégias de vendas de patrocínios. 10 meses de trabalho foram suficientes para eu querer matar meu negócio.
Não fazia nenhum sentido me envolver com venda de commodity em um ambiente criativo como um evento, que pode ser tudo o que quiser!
O patrocínio é a comercialização da experiência entregue, mas num momento onde todas as experiências são iguais, como ter credibilidade de que podemos entregar resultados?
Nesses meus tempos de consultoria, eu puxava as áreas de eventos a pensarem além e me entregarem experiências de impacto diversificadas, para que pudéssemos transformar a venda do estande em algo mais representativo, mas nunca era possível. O retorno era sempre o mesmo: estande, coletor de lead, marca no telão. 
Os produtores estão tão envolvidos na operação, que deixaram de questionar seus papéis criativos.
Início de 2020 chega e o Covid invade as estratégias de eventos físicos, mata todos eles, e convida os gerentes de eventos a serem o quê? Criativos.
E o meu convite é chamar todas as Áreas de Eventos a se transformarem em Áreas de Criatividade. Detalhe: não apenas se chamarem, mas se transformarem, passarem por uma verdadeira transformação criativa. E dessa forma, gerar os mesmos resultados estratégicos que os eventos trazem, mas em outros formatos (by the way transformei a C45 nisso).
O coronavírus fez os eventos físicos migrarem em massa para o digital. Além disso, houve um rompimento nas barreiras do conhecimento e virou prática de todas as empresas, infuenciadores e criadores de conteúdo, entregarem suas sabedorias de maneira gratuita. Entramos numa era de acesso, onde tudo está disponível.
Isso fez com que os conteúdos que esperávamos meses para encontrar num evento, se tornou algo presente diariamente na palma da minha mão, entregue pelo próprio palestrante. Diante disso, eu questiono: qual o papel do evento digital?
Não adianta atuar no digital da mesma forma que atuamos nos eventos físicos ultimamente: sem diferenciação, com os mesmos palestrantes e as mesmas experiências. Sem criatividade. Até porque o digital permite metrificar de maneira detalhada diversos entregáveis aos patrocinadores, e agora não há mais como dizer que são resultados intangíveis.
A C45 realizou um estudo das 5 macro tendências de eventos e é importante que toda empresa antes de realizar ou patrocinar qualquer projeto, entenda se eles estão de acordo com o que o novo mundo irá demandar para que tenham sucesso.
Além disso, a Transcriativa mLabs é um case muito legal, que mostra como a demanda da mLabs, que tinha como objetivo realizar eventos no interior do Brasil, se transformou num complexo muito maior que engloba não somente eventos, mas comunidade, documentário, podcasts e o engajamento de um público muito maior do que pensávamos no momento inicial do projeto.
 

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