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Sabedoria criativa: 03 lições que aprendi com as plantas.

Sabedoria criativa: 03 lições que aprendi com as plantas.
Julia Guedes
Jul. 7 - 6 min read
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Era Fevereiro de 2019 - exatos seis meses após o dia em que eu saí da grande corporação que eu trabalhava. Naquele momento, trabalhar pra essa empresa representava uma parte muito grande da minha identidade e com a ruptura dessa relação eu senti que era um bom momento para parar, olhar e ressignificar tudo o que eu queria ser dali em diante.

Iniciei um processo intenso de autoconhecimento através de várias ferramentas e uma delas, que eu amei muito, foi fazer meu mapa astral. Mergulhei fundo em mim e desde o início percebi que essa decisão de olhar pra dentro não seria exatamente fácil e minha intuição dizia que não só valeria a pena como o que me esperava dali em diante era um caminho CHEIO de aprendizados.

Eu lembro de ter saído da sessão de leitura do mapa astral bem desnorteada, era tanta informação no meio de um turbilhão de sentimentos que eu vivia naquela época que demorei alguns meses pra processar tudo que veio, rs.

Entre tantas informações a meu respeito e sobre minha jornada, eu saí da sessão com um dos conselhos mais preciosos que já recebi:

"Ju, cuide de plantas!".

Juro que na hora pensei: "Hm, alguém avisa a astróloga que eu sou PhD em ter ervas, cactos e suculentas secos na minha casa?"

Mas não falei isso, obviamente. Peguei essa dica e mais o trilhão de insights que tive e fui pra minha vida real aplicar e fazer o que eu precisava no meu dia-a-dia.

Eu sempre fui uma pessoa de muitas ideias, muita iniciativa mas as "acabativas" nem sempre eram como eu gostaria. Cuidar das plantas me ajudou a vivenciar o ciclo das coisas - e foi aí que comecei a ver as lições que elas me traziam, aqui 03 delas:

1) A vida é feita de ciclos

Vivemos 4 diferentes estações durante um ano, cada uma delas com sua missão e beleza singular.

O verão pra mim representa a alegria e vivacidade das coisas, o outono o momento de deixar as folhas cairem e dar espaço ao novo, o inverno representa o momento de se recolher e refletir antes de receber uma nova etapa. E aí então vem a primavera com toda sua vida, cores e a oportunidade de nos lembrar que em todos os ciclos as coisas são belas e coloridas em algum momento.

Esses são os ciclos da natureza, certo? Trata-se do ritmo universal que rege a vida. As estações nos mostram todos os anos que as coisas apresentam início, meio e fim. Elas estavam na minha vida há 31 anos mas eu estava "ocupada demais" para olhar pra isso, eu queria mais era apressar as coisas a todo custo e lutei por muito tempo contra essa máxima maravilhosa da natureza e da vida: tudo é cíclico.

2) Tudo tem seu tempo

Ligado ao ponto anterior, está o processo de cultivo de uma planta desde que ela é uma semente. Você semeia, cuida, molha, ela germina, algumas plantinhas crescem, outras morrem, as que crescem vão ficando mais forte e depois de um tempo você pode colher os frutos. Repita comigo: depois de um tempo, não no momento exato após você ter semeado ou quando você quer/acha que está prontx.

Na vida, as coisas são exatamente assim. Por muito tempo eu olhei para meus papéis (profissional, vida afetiva, familiar e social) sem ter a sensibilidade de que o processo de colheita dependia do "básico": do fazer o melhor que eu poderia no "hoje", curtir o agora e deixar as coisas acontecerem no seu tempo. Já sofri demais por não entender isso e querer que as coisas acontecessem no meu tempo e por não curtir a jornada. Isso só me gerou sentimentos de falta, parecia que as coisas nunca estavam como eu gostaria quando eu vivia no mindset oposto.

Observe o processo de semeadura, germinação e crescimento. É lindo demais acompanhar o simples desenrolar da vida de uma planta. Deixar ser e fluir.

3) As plantas nem sempre se adaptam ao que você quer, elas desabrocham e vivem como querem

É meu amor, aqui tá uma grande lição de aceitação. As coisas jamais serão como você quer quando se trata de plantas, rs. Não resta nada a não ser dar seu melhor no cuidado desse serzinho e o resto? É com a plantinha.

Cada planta é individual, umas gostam de mais luz, mais água, outras detestam o calor e tudo isso você vai aprendendo de acordo com a convivência com as plantas. Aqui aprendi que cada experiência é única, que o que eu controlo é só a parte que cabe a mim e o que se desenrola a partir do momento que dou meu melhor, só depende de fatores que não controlo. E tá tudo bem.

Pois bem, hoje, um ano e meio e uma mudança de país depois, sem citar as mais de dez novas plantas adicionais em minha vida aqui no México (as que deixei no Brasil estão sob a tutela da minha família), uma horta e flores semanais, eu entendi o que estava por trás do conselho que a Ju (que fez meu mapa) me deu:

Claramente no momento em que fiz meu mapa, eu estava pouco consciente sobre os ciclos da vida, em entender que as coisas levam seu tempo pra acontecer e que eu não controlo nada além do meu próprio esforço e atitudes. 

Que baita lição.

E hoje eu amo as plantas, além de toda troca de energia que temos elas trazem uma vibe que eu amo pra nossa casa. Isso que nem mencionei todo os benefícios que senti cuidando delas como parte da terapia para tratar ansiedade. Cuidar de plantas é uma excelente forma de conexão com o momento presente!

Além de toda sabedoria através delas, agora eu também tenho um hobby adicional: o de fotografar e enviar fotos das plantas pra todo mundo (e mando orgulhosíssima, rs).

Outra reflexão é: a partir do momento que você se abre, tudo vira aprendizado e oportunidade de amadurecimento.

Obrigada, por me ajudarem a entender tudo isso, minhas queridas plantinhas!


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