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Quando o hobby perde o tesão

Quando o hobby perde o tesão
Maiara Mota
May. 13 - 4 min read
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Hobbies! Eu não lembro onde que estava com a cabeça quando sugeri esse tema, provavelmente empolgada demais com algum conteúdo sobre isso na época. No blog da Calle a gente manda os temas sempre bimestralmente, então eu joguei a ideia sem guardar nenhuma referência e fiquei dois meses enrolando para escrever. Hora eu tinha muita coisa para falar, hora não queria dizer nenhuma delas.
 

O QUE CARACTERIZA UM HOBBY?

Acho que quando a ideia me veio eu pensei que tinha propriedade no assunto, logo eu, que experimentei um leque enorme de esportes, trabalhos manuais e coleções. Mas aí fui pesquisar mais afundo sobre eles e descobri duas coisas que colocaram o meu achismo em cheque. A primeira delas foi: a principal característica de um hobby é ser uma atividade feita por prazer, não por indução ou obrigação. Além do fato de ser algo que você é genuinamente apaixonado.

 

Quando me deparei com essas duas características, comecei a repensar e questionar se eu realmente já tive um que não tivesse se tornado sacrifício em certo momento. Depois argumentei com o discurso de “mas era uma obrigação que eu gostava, vai” e rebati meu próprio argumento dizendo que talvez não gostasse tanto assim. No meio desse debate interno, encontrei um conceito taoísta afirmando que: “um hobby compensa o estresse e o desgaste das obrigações sociais e do trabalho.” Ponto. Eu nunca tive um hobby. Fim da discussão.

Vindo de uma família de atletas, eu fiz capoeira, já nadei em competições até em alto mar, experimentei todas as tendências da musculação, corri e viajei muito para sapatear nos festivais por aí, mas relembrando cada uma dessas atividades as primeiras sensações que eu tenho são de: prazer pela vitória –  aquele incontrolável de quando você pega um troféu na mão; e estresse. Suor nas mãos, crises de ansiedade, noites sem dormir e olheiras acumuladas, daqueles que eu descobri recentemente que não eram hobbies.

 

MEU HOBBY VIROU UM DEVER?

Eu acho que escrever também poderia ser um deles, mas cá estou eu tentando fazer disso algo parecido com um trabalho. Na minha experiência, mais importante que saber o que é um hobby, é saber quando ele deixa de ser, então ficam aqui alguns sinais de que seu passatempo está te escravizando:

  • Você prefere fazer outras coisas;
  • Isso te desperta mais sentimentos de ansiedade e estresse do que de prazer;
  • Você só faz porque está acostumado a fazer;
  • Você tem mais preguiça do que tesão pelo negócio.

Se o que você tem feito algo que tem deixado estes vestígios, provavelmente sua paixão pode estar se tornando o que eu chamo – com propriedade! - de pé no saquismo.


TÁ, E COMO REVERTER ISSO?

Agora que você já sabe que um hobby tem como função principal te proporcionar momentos de alegria, satisfação e bem-estar, basta se prender a isso: coisas que te levem à essas sensações gostosinhas. Se isso já existe, mas têm se tornado um sufoco, é bom repensar se a frequência e a intensidade que você coloca neste hobby estão sendo saudáveis.
Agora se você acha que ainda não tem um a minha dica mais preciosa é não tenha preconceito, teste tudo. Aulas de crochê, Minecraft, culinária, escalada, Sudoku, coleções, pinturas...

Eu venho testando desde que comecei a me questionar sobre isso e estou na fase da Yoga, mas durante a quarentena já experimentei colagem e panificação também. A última, como boa empreendedora que sou, queria até vender, mas aí o conceito de passatempo corre o risco de se perder de novo.

 

ÚLTIMA DICA

Cuidado para não confundir todas as coisas que você ama com um hobby. Já sabemos que ele é algo feito sem obrigação, mas se você quer tornar uma paixão em seu trabalho, ou parte dele, procure entender sobre o conceito de Multipotencialidade


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