Desde cedo, a impressão que eu tinha era de que o contexto do qual eu estava inserida, não me pertencia. Na época, eu não conseguia ter uma clareza do que esse sentimento abrangia. E confesso que na imaturidade da idade, nem fiz qualquer tipo de esforço para compreender. Era mais “fácil” os padrões continuar seguindo, do que enfrentar aquilo que era desconhecido. Então, ao longo dos anos apenas o fluxo eu fui seguindo.
Com o passar do tempo percebi que a minha escolha em ignorar aquilo que era essência estava causando uma devastadora consequência. Me deparei aos quase 30 na inércia de um corpo que até então não havia um porquê de sonhar, planejar, organizar e realizar. Sem nem perceber, eu havia me perdido de mim mesma e desconectada da minha verdade não conseguia mais enxergar qual era a minha prioridade.
Exausta de viver naquela situação, um dia amanheci decidida à mudar a minha vida. Embarquei em uma longa jornada de autoconhecimento, determinada à me reencontrar.
Percorri caminhos desconhecidos e no final da estrada, quando já estava cansada, descobri que o que eu buscava estava dentro de mim. Bastava silenciar qualquer ruído que viesse de fora e apenas me concentrar na voz que vinha de dentro.
Confesso que o processo não foi nada fácil de encarar. Sobre muitas coisas eu tive que me questionar:
Como eu gostaria de ser daqui pra frente?
O que fazia eu me sentir viva?
O que estava me impedindo de ser verdadeiramente?
O que eu teria que fazer para mudar?
Que conselho eu daria a mim mesma?
Ao longo do tempo e aos poucos fui me descobrindo e cada vez mais consciente do que fazia parte de mim, me senti preparada para o meu destino traçar. Foi então que o meu pulmão eu enchi, os meus ombros eu ergui, a minha cabeça eu levantei, os meus olhos eu abri e tudo se tornou possível de vencer.
Nessa hora, bastou um papel e um caneta para a minha história eu começar a escrever. Liberta de qualquer pressão, apenas dei ouvidos à minha intuição.
@paulalee_atelier