Apesar da recente batalha contra o euzinho que a gente chama de sabotador, eu costumo ser uma pessoa mais do fazer que do pensar.
Quem percebeu isso foi meu namorado, que eu flagrei falando para um amigo que eu "não tenho medo das coisas darem errado, só vou fazendo." Achei bem bonitinho, mas essa foi uma daquelas situações que você é automaticamente autorizado a responder mentalmente com um clichê, por que faz todo sentido, sem cafonisse: coragem é fazer com medo mesmo.
No fundo, nem acredito que seja um desejo consciente de enfrentar o medo, mas uma ansiedade selvagem pelo realizar. Com todas as coisas mais legais que eu já tentei foi assim: a vontade e a execução do jeito que dava. Com sorte, algumas vezes rolava um rascunho de planejamento, tudo no menor espaço de tempo que dava.
Um exemplo disso é a Cactus Wall, minha lojinha de quadros decorativos, que eu chamava de fast decor porque a pessoa podia escolher no catálogo e eu fazia na hora. O ponto é: eu comecei a vender no Instagram no mesmo dia que testei se ia dar certo - que foi um depois depois que eu tive essa ideia, sem saber nada sobre fazer quadrinhos. A loja durou menos de um ano, mas me deu a oportunidade de ver na prática que a minha criatividade, ali, era uma ferramenta.
E isso não quer dizer descaso total com o planejamento. Eu sabia o básico do Corel Draw para fazer os designs, tinha trabalhado em uma papelaria e entendia um pouco de impressão e morava do lado de uma madeireira - sabia que era fácil de comprar.
Não é confiar na sorte, é confiar na sua bagagem, nas suas experiências, autenticidade, potência e a real é que na hora da vontade mesmo, o medo não tem espaço. O que para os outros parece um profundo ato de coragem, é mais uma manifestação natural do seu eu.
"O risco é a única garantia da vida de estar verdadeiramente vivo." (Osho)
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@meubomcurriculo