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Multipotencialidade, o excesso (ou a falta) de títulos

Multipotencialidade, o excesso (ou a falta) de títulos
Maiara Mota
May. 13 - 4 min read
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Desde muito cedo a sociedade tenta nos definir em caixas monogâmicas, começando pela inocente pergunta “o que você vai ser quando crescer?”, que nos treina a crer que há um caminho a ser escolhido e traçado pro resto da vida, mas nem sempre foi assim.

Aviso desde já que este é um conceito que, quando eu conheci, me trouxe muito conforto em saber que "tem um nome para o que eu não sabia que sou", mas essa coluna tem o intuito de ser explicativa. Quem sabe eu traga minha vivência na multipotencialidade outra hora.
 

A MULTIPOTENCIALIDADE É ALGO NOVO?

Na Era Renascentista era muito comum ter múltiplas ocupações. Da Vinci, por exemplo, era pintor, escultor, músico, matemático e muito mais, em uma época em que a pluralidade de talentos era incentivada. Isso começou a mudar na Revolução Industrial, quando a demanda por profissionais especializados em determinadas áreas cresceu para que os produtos pudessem ser produzidos em grande escala. Nos adaptamos tanto à essa necessidade que tomamos a especialização como verdade única, limitando aqueles que hoje em dia já são conhecidos como multipotenciais.

 

Provavelmente ao longo da sua vida você já conheceu um multipotencial – ou Pessoa Renascentista – aquele amigo que é designer, maquiador, atleta, eletricista... cuja lista de afinidades não acaba nunca. Você pode ter julgado essa pessoa por parecer que ela não tem nenhuma grande paixão ou até sentido inveja pela sua energia. A verdade é que a estrutura de subsistência da sociedade enraizou em nós a desvalorização pela multidisciplinaridade, fazendo esse cidadão, na maioria das vezes, se sentir desajustado e constantemente questionado em seus talentos.

 

AS CARACTERÍSTICAS DE UM MULTIPOTENCIAL

Emilie Wapnick, a principal responsável por reforçar o termo “multipotenciais” disse brilhantemente em um Ted Talk: “Onde você aprendeu a atribuir o significado de errado ou anormal a ‘fazer muitas coisas’?” Por estarem acostumados a se interessar por diversos assuntos, os multipotenciais normalmente têm a capacidade de sintetizar ideias, inovando e criando a partir da combinação de seus talentos. Além disso, como estão sempre encantados por algo novo, possuem facilidade de aprendizado e são pessoas extremamente adaptáveis. Só estes três pilares já fazem deles profissionais transformadores.

 

Mas nem tudo são flores. A multipotencialidade precisa de muita organização, uma vez que é preciso saber gerenciar seus próprios talentos, e a falta de foco também pode ser um grande problema quando se tem uma lista de projetos e ideias acontecendo ao mesmo tempo. Fora isso, tem o que os distancia dos especialistas: a falta – ou o excesso – de títulos. Descobrir a existência dessa característica pode ser confortante ou confrontante, depende do seu ponto de vista.


"Se eu me sinto como um canivete suíço, por que eu tenho que me comportar como uma tesoura sem ponta que só corta papel?" - Rafaela Cappai.

 

SOU UM MULTIPOTENCIAL, E AGORA?

Eu particularmente acredito que deva ser muito mais fácil ser feliz quando você não precisa escolher uma de suas paixões para atuar, então por que não estimular a poligamia dos seus talentos?
Se você se reconheceu como um multipotencial comece aceitando sua personalidade como ela é e busque explorar o melhor de seus talentos. Vá afundo no tema e aprenda a lidar com a sua característica. 

No livro How To Be Everything, a Emilie Wapnick cita com detalhes os variados tipos de personalidades multipotenciais e como tirar o melhor de cada uma. A leitura é incrível e se tornou minha indicação principal.

 

Deixo aqui dois conteúdos bem legais para quem quiser conhecer melhor sobre o assunto:
Emilie Wapnick: Porque é que alguns de nós não tem apenas uma vocação, Ted Talk
Era da Poligamia #237 — Guncast, Murilo Gun


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