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Mentes científicas vs Mentes dogmáticas

Mentes científicas vs Mentes dogmáticas
Marcia Dalenogare Munaretto
Mar. 18 - 3 min read
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Sempre acreditei que uma vida inspiradora é uma vida criativa. Por isso, um dos meus maiores medos de me tornar médica era: como vou me manter criativa em um meio que parece considerar a sua ciência como o único caminho possível e, por isso, a verdade absoluta?

Ao meu ver, a ciência que realmente deseja aprender e descobrir (não aquela que é financiada pela indústria farmacêutica apenas para convencer) precisa de um olhar aberto e atento para estar sempre buscando inovar e melhorar. Vale lembrar que essa mesma ciência é realizada através de seres humanos e que somos essencialmente contraditórios - o que não deveria ser um problema, afinal, negar isso é negar nosso inevitável estado de vulnerabilidade perante a vida (e provavelmente a raiz de muitos males da nossa sociedade). Em outras palavras: a gente até se esforça, mas sabe muito pouco. A verdade de hoje é a mentira de amanhã; a polêmica do "ovo" é só um dos infinitos exemplos.

Nesse meio também me incomodava as ridicularizações do diferente, a dificuldade de questionar a "normose" dos sistemas e, principalmente, as tentativas frustradas de me encaixar porque aparentemente seria mais fácil. Não consegui.

Passei anos questionando a minha decisão. Ao mesmo tempo, nunca foi opção desistir da Medicina e muito menos da Ginecologia (área que atuo atualmente). Faltava entender: como quero atuar profissionalmente? O que faz sentido para mim?

Assim o Ayurveda se apresentou na minha vida. Encontrei respostas para muitas das minhas inquietações. "Preciso aplicar essa abordagem na vida de outras pessoas!" dizia para mim mesma, "mostrar que existem outras formas de olhar para a saúde, outras verdades". Foi aí que tudo voltou a ganhar cor: minha criatividade, meu propósito e minha vontade de fazer acontecer.

Tive que encarar meus medos sobre o julgamento alheio, o que também não foi fácil. Nesse processo alguém me disse: "ao longo da vida cruzaremos nossos caminhos com padres de mente científica e cientistas de mente dogmática". Com quem você deseja trocar ideias e expor os seus ideais? Esse foi o "giro de chave". Sigo respeitando diferentes pontos de vista, afinal, somente abrindo espaço parar gerar discussões poderemos buscar melhores soluções para o todo.

Passei a me preocupar com os interessados. Cientistas para mim tornaram-se todos aqueles abertos para escutar, humildes ao questionar e dispostos para experimentar, quando fizer sentido. Aliás, ninguém precisa entender a eletricidade para utilizá-la, correto? Ela nos ajuda e ponto.

Existe um novo caminho possível (que eu chamo de "caminho do meio"): na ciência, na medicina, na política, na economia, na vida. Há muito o que aprender e criar em todas essas áreas, muito o que mudar de ideia também. Sei que não sou a única que pensa assim. Somos muitos, na verdade.

Meu objetivo é encontrar (com criatividade, diálogo e muito estudo) caminhos que abram espaço para que outras medicinas caminhem junto a medicina convencional.

Quem vem junto?


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