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Mas afinal, o que é criatividade?

Mas afinal, o que é criatividade?
Marina Paula Garcez Bayer
mai. 13 - 3 min de leitura
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Se nos adentrarmos um pouco na origem da palavra e pensarmos etimologicamente, criativo vem de creare, do latim e significa criar, dar forma, logicamente produzir. Ok, mas produzir o quê? Dar forma a que coisa? E é aí a questão começa a complicar.

Desde criança ouvi que precisávamos de criatividade, que nem todo mundo é criativo mesmo e que “Tá vendo só, isso sim é criatividade”. Esses momentos, geralmente, eram típicos das aulas de artes. Eu, nunca entendi muito bem o que era ser criativo. Será fazer um desenho abstrato? Será escolher cores mais berrantes ou então usar materiais inusitados? Sinceramente, nunca cheguei a uma conclusão e durante muito tempo imaginei que a criatividade não era para todos e que eu não fazia parte desse grupo seleto dos “criativos”.

Mas aí, chega aquele momento da vida que você, amadurece e começa a se questionar sobre alguns conceitos que te entregam nas mãos. Esse momento, para mim, foi na faculdade de Filosofia e, vamos combinar que nada mais justo questionar as coisas num momento desse não é mesmo? Assim, durante o curso, fui pensando e repensando sobre algumas coisas e a criatividade acabou sendo uma delas.

Parei para refletir na ideia de criar, dar forma a algo que não existia e pensei, “mas que trabalho impossível!”. Mas, indo mais a fundo comecei a comparar a criatividade com os pensamentos filosóficos. Na Filosofia, estudamos o que chamamos de História da Filosofia, que vai da antiguidade à contemporaneidade e, observando, percebi que, basicamente, há dois ou três pensamentos que vão sempre sendo interpretados, remondados, reconectados e alterados. E assim, é com a criatividade também. Criamos, formamos e produzimos a partir das nossas referências, das nossas vivências, daquilo que nos chama a atenção. A criatividade não passa de um amontoado de pedaços de pensamentos conectados de uma forma lógica, útil ou estética (ou senão os três).

Resumir a criatividade a isso não é algo ruim ou menos encantador, na verdade, para mim, é mais incrível ainda. Pois, dessa forma, ela se aparece como possível a todos. Então, diferentemente do que eu pensava nas minhas aulas de arte, você não nasce criativo, você torna-se criativo. A sua criatividade é construída e reconstruída a todo o tempo, é um processo para a vida toda. E imagina que maravilhoso poder ressignificar a sua criatividade com o passar do tempo, isso me parece reconfortante, real e acessível.

E no contexto em que estamos vivendo hoje, precisamos nos adaptar e, principalmente, nos reconstruir. Por isso, a criatividade é convocada a todo momento e acredito que significá-la dessa forma mutável e autêntica é o primeiro passo para construir algo. Não podemos generalizar, nem engessar, mas sim deixá-la fluir, se transmutar. Pois, reconhecer o poder da criatividade dentro de si, torna o coletivo mais bonito, mais forte e mais resistente. E o que precisamos agora é de união, mesmo em tempos de isolamento. Agora é preciso cuidar de si para poder proteger o outro. Esse é o momento de sermos criativos, de ressignificarmos a ideia de comunidade. E se cada um contribuir com um pedacinho é possível construir um futuro mais bonito!


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