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O futuro do trabalho: 10 tendências sobre o mercado de trabalho.

O futuro do trabalho: 10 tendências sobre o mercado de trabalho.
Victor Maués
May. 2 - 11 min read
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Passando o dia do trabalho e dos trabalhadores, consideramos muito importante analisar o presente e o futuro do trabalho. Para isso mapeei diversas tendências que estão mudando a realidade do mercado de trabalho, que hoje fazem parte de um movimento crescente, mas no futuro tendem a ser uma realidade completa.

Destaco que muitas dessas tendências podem até mesmo não ser consideradas como futurismo, mas “presentismo”, pois já estão presentes no mercado de trabalho, ainda em fase de crescimento, de forma que muitas organizações ainda não perceberam e adaptaram-se às mudanças que estão ocorrendo.

E afinal, quais são estas tendências do futuro do trabalho?

1-Transformação Digital:

A transformação digital pode ser considerada a tendência e causa raíz de todas as outras que mapeamos. Presente em todos os setores e profissões, o processo digital está mudando a estrutura das organizações. Muitas pessoas de forma errônea interpretam que a transformação digital trata-se apenas de digitalizar o negócio, usando algumas tecnologias e inserindo a empresa na internet.

É algo bem mais complexo, transformação digital se trata de pessoas, não de máquinas. Envolve mudanças na cultura organizacional das organizações de forma profunda. Não é o uso de tecnologias que caracteriza a transformação digital, mas sim a mudança de postura entre as pessoas envolvidas na organização, como estas se conectam entre si, com os negócios e com o mundo. Por esse motivo Christian Orglmeister diz que a gestão de recursos humanos tem protagonismo no processo da transformação, viabilizando que as pessoas consigam aprender e se adaptarem ao novo momento. Porém é preciso compreender que a transformação não começa no RH, inicia na estratégia da organização, no core do negócio, no porquê que organização deseja realizar essas mudanças. Tecnologia por tecnologia não vale de nada.

A transformação digital é um processo necessário tanto para novas organizações quanto para organizações que já estão estabelecidas. É preciso buscar melhorias em seus modelos de negócios e adaptar-se aos novos cenários da economia. É mudar ou morrer, desacreditar nesse processo pode ser um erro grave, postergar o início do processo também, porque nunca uma revolução conseguiu ser tão rápida e impactante do que a que está acontecendo agora.

2- Aprendizagem ao longo da vida:

Vivemos num cenário de incerteza, de mudanças rápidas e constantes, com excesso de informações e conexão rápida no mundo todo. Todos os dias são produzidos novos conhecimentos, criando novas oportunidades e desafios. Nesse cenário torna-se fundamental a capacidade de adaptação que acontece por meio da aprendizagem contínua. A capacidade de aprender a aprender será uma das mais requisitadas nesse contexto de evoluções rápidas.

As pessoas não podem contentar-se com o conhecimento que já têm, é preciso continuar aprendendo para conseguirem se manter atualizadas ao longo da vida e da carreira. O aprendizado deixa de ser focado em apenas um momento da vida e passa a ser uma necessidade constante, dentro e fora do trabalho. Por esse motivo Alvin Tofler diz que o analfabeto do século 21 não será aquele que não sabe ler, será aquele que não sabe aprender, desaprender e reaprender. 

3-Valorização das soft skills:

Com aumento do uso da Inteligência artificial e automação de tarefas trabalhos repetitivos e padronizados estão sendo cada vez mais realizados pelas máquinas. Dessa forma, as soft skills (habilidades comportamentais) estão ganhando cada vez maior destaque em relação às hard skills (habilidades técnicas). Isso acontece devido a nossa formação educacional, seja nas escolas ou instituições de ensino superior, ter foco altamente técnico.

Dessa forma existem muitos profissionais no mercado competentes tecnicamente, mas em um contexto em que máquinas realizam trabalhos técnicos de forma muito melhor que seres humanos, as habilidades que passaram a ganhar destaque foram as habilidades comportamentais. Estas que são inerentemente humanas, como a criatividade, inteligência emocional, trabalho em equipe, pensamento crítico e etc. Ou seja, o maior diferencial humano em relação às máquinas e em relação a outros humanos é o de simplesmente ser humanizado.

4-Aumento do trabalho remoto:

Essa possivelmente seja a tendência mais presente de todas, anteriormente já poderia vislumbrar esse modelo de trabalho sendo utilizado nas organizações, mas em um cenário de crise como essa ocasionada pelo COVID-19 é possível enxergar ainda mais a possibilidade de crescimento. Muitas organizações estão iniciando o modelo de trabalho remoto nesta crise, e possivelmente decidirão perpetuar essa prática mesmo que não seja em 100% dos dias e ocasiões. O trabalho remoto tem sido uma escolha utilizada por empresas que trabalham no meio digital, por facilitar o fluxo, e também por empresas que estão buscando controlar gastos.

Se você deseja entender melhor sobre como trabalhar remotamente de forma produtiva, além de seguir a Tribus Kabana, siga também a Officeless, uma empresa especializada em educação para o trabalho remoto.

5-Profissionais tornam-se um ativo de habilidades:

O mundo hiperconectado fez com que muitas organizações adotassem o mindset digital e atuassem em formato de plataforma. Dessa forma foram criados os intermediários de informação como o Ifood, Uber, Airbnb, entre outros. Essas empresas utilizam um sistema de abertura, em que aproveitam a propriedade e a força de trabalho de profissionais que não são contratados pela organização, de forma que o trabalho direto dessas organizações é de conectar os profissionais com os usuários finais do serviço/produto.

Esse novo modelo de empresa gerou oportunidade de crescimento da economia dos freelancers, em que os profissionais por meio desses intermediários de informação têm acesso a demanda por suas habilidades. Assim esse profissional passa a ser um ativo de habilidades conectado a uma grande rede, podendo trabalhar para diversas organizações ao mesmo tempo.

6-Força de trabalho híbrida:

O aumento da automação e do uso de novas tecnologias tem assustado muitas pessoas que ficam com medo de perder seus postos de trabalho para as máquinas. Esse medo aumenta quando se trata da adoção de uma tecnologia em específico, a Inteligência Artificial. Como sabemos, se a máquina for bem programada ela não cometerá erros, o que a torna uma opção melhor do que o ser humano para trabalhos que são padronizados e repetitivos, em que não é necessário o uso de grande interpretação, sensibilidade ou criatividade.

É inevitável dizer que a IA vai atingir todos os setores do trabalho, aqueles empregos que não forem substituídos gradualmente pela máquina, no mínimo sofrerão transformações e adaptações, nenhuma profissão está livre das transformações ocasionada pelo uso de novas tecnologias.

O detalhe é que a tecnologia é uma ferramenta, ou seja, tem como principal fundamento o de otimizar o nosso trabalho. Como dito antes, a IA conseguirá realizar trabalhos padronizados, rotineiros e repetitivos de forma melhor que nós. Dessa forma utilizando a força de trabalho híbrida, ou seja, a união homem-máquina, tal qual um centauro, nós passaremos a nos concentrar em tarefas mais estratégicas, mas importante para geração de valor. Pode parecer muito otimista, mas acredito que as máquinas podem humanizar o nosso trabalho.

7-Mudanças nas lideranças:

Atuando num mundo conectado, abundante e incerto, as formas de liderança tradicionais perdem sentido. Passa-se a apostar no empoderamento de todos numa estrutura horizontal. O líder passa a ser um facilitador, atuando como suporte, direcionando e oferecendo autonomia e protagonismo à equipe.

É preciso repensar habilidades e processos para que os líderes e suas equipes consigam realmente inovar. O líder já não deve ser visto como um gênio solitário, um mandante. Na verdade, o seu trabalho será fazer com que toda sua equipe seja protagonista, eliminando barreiras e desenvolvendo pessoas para que o trabalho seja bem realizado.

8-Mudanças de profissão:

A ideia de um trabalho pra toda vida como nos acostumamos a ver na Era Industrial possivelmente está datada. Pesquisas demonstram que que teremos em média doze trabalhos diferentes ao longo das nossas vidas. O avanço exponencial da tecnologia gera grandes mudanças estruturais no mercado de trabalho, fazendo que profissionais flutuem em diversas funções e empresas.

Essas mudanças criam novos desafios, para as empresas é preciso repensar como recrutar e reter talentos que podem desejar mudar suas funções ou de emprego a qualquer momento, acredito que a solução seja a de investir em pessoas que possua propósito e valores similares aos da empresa e transformá-los em intraempreendedores. O outro desafio está relacionado aos trabalhadores que nesse contexto de muita mudança deverão ter alta capacidade de adaptação, tendo que ser aprendedores contínuos.

9- Soft Economy e Impacto positivo:

Empresas sem propósito estão direcionadas ao fracasso. Organizações que preocupam-se apenas com os próprios lucros estão sendo frequentemente questionadas, tanto por seus clientes quanto por seus colaboradores. As pessoas querem consumir e trabalhar em empresas que tenham valores sintonizados aos delas. Ficará cada vez mais difícil reter profissionais talentosos somente por dinheiro.

As empresas estão buscando gerar maior impacto positivo para a comunidade e bem estar aos seus colaboradores. Contratando baseado nos valores e objetivos de cada pessoa, de forma a encontrar os melhores talentos e conseguir retê-los.

Estamos migrando de lideranças que focam nas próprias empresas para aquelas que focam em desenvolver comunidades e ecossistemas. Trocando um modelo de acumulação para um de colaboratividade e compartilhamento. Mudando de um sistema baseado no poder para um baseado no empoderamento de pessoas. Saindo da escassez, voando para a abundância. O lucro não é a métrica mais importante, mas sim, o impacto positivo.

Liberar a criatividade exige que se afrouxe os controles, confie nas pessoas, aceite-se os riscos. A meta é a melhoria contínua.

10- Tecnologias emergentes:

Todos os dias as tecnologias atuais estão sendo atualizadas e novas tecnologias estão surgindo, causando mudanças constantes. Essa certamente é a tendência mais importante, mas não sei dizer exatamente qual é, possivelmente a tecnologia de maior disrupção no trabalho ainda não foi inventada, caso já tenha sido, ainda não está democratizada.

Há 30 anos talvez uma pessoa que estivesse falando sobre tendências não citasse a internet, a nuvem e os smartphones, porque essas tecnologias não existiam ainda ou porque ainda não eram disruptivas como são hoje. Num cenário de incerteza, com mudanças constantes e rápidas, não podemos desprezar aquilo que está oculto. Possivelmente seja daí que virá a maior revolução, aquela que não está sendo vista, nem aguardada.

 

Texto escrito originalmente para Tribus Kabana. Nos siga no Medium para conferir nosso blog.


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