O que eu poderia escrever sobre criatividade?
Principalmente num espaço onde há tantas pessoas boas falando sobre a criatividade?
Criatividade.
Isso seria motivo pra eu não escrever, pra falar a verdade. Devido a resistência e tudo o mais.
O que eu poderia acrescentar ao baile? Eu poderia falar sobre a resistência e em como ela está agindo agora, me fazendo pensar nas minhas limitações, pouca experiência e medo de começar coisas novas. Tipo isso, de escrever pro Transcriativa.
Poderia. Mas não vou.
Vou falar sobre o processo. O que faz a gente criar o que criamos?
Em sua essência, criar é um negócio complexo danado. Mas bem simples em sua saída.
Sei que não criamos pra nós. Criamos pro mundo. “Estamos aqui pra ajudar outras pessoas”, como disse DeNiro em 'Being Flynn’. Quem cria algo, não cria pra si. Não usufruímos do que criamos da mesma maneira que usufruímos do que outras pessoas criam. Por que?
Porque não é pra gente. A gente tá aqui pra servir. Criar é estar a serviço. Nada tem a ver com nossa realização e sucesso próprio. Tem a ver com dar. Servir. Ajudar.
E pra gente? Nada, então? Não. Pra nós, o processo. É através dele que servimos ao nosso propósito. É nele que somos afetados pelo que criamos.
Na arte? também.
O que faz a gente criar? Não sei bem. Sei que tem a ver com querermos vencer alguma coisa. Bukowski disse que Hemingway queria vencer alguma coisa por escrever de pé, das 6 às 11h. Todo dia. Dia após dia.
Já Bukowski, quis vencer a solidão e as memórias de uma infância espancada pelo pai. Eu quero vencer minha depressão e ansiedade. Quero vencer o tempo também. A distância e a saudade.
E a arte proporciona isso. A arte salva. É ponte que possibilita conexões. Através da arte, conhecemos outras realidades e visitamos outros mundos. Dai que encontramos outros eus.
Por isso a arte salva. Que nos dispomos a ela, mudamos. Nos tornamos ser humanos melhores. Nos tornamos mais empáticos.
Através da arte. Da criatividade. Do processo de criação de uma peça artística. Mudanças.
Certo?
A gente se vê 🤘