Cada vez mais eu encontro pessoas interessadas em trabalhar com Diversidade e Inclusão.
Temos um corpo interessante – e em franco crescimento – de pessoas atuando pelo Brasil afora (ou adentro), e eu tenho muito orgulho de fazer parte deste desse cenário. Este tema é abundante e está fluindo por todas as dimensões sociais. Isso enche meu coração se enche de alegria!
Há universitários interessados em pesquisar e escrever sobre o assunto nos seus trabalhos de conclusão de curso e estagiários participando de programas e projetos empresariais ou de organizações sociais, e vendo o tema como uma oportunidade de carreira. Há analistas e especialistas de diferentes áreas liderando projetos de valor e gestores e executivos colocando o tema na sua agenda e estimulando a criação de novos e produtos e serviços em diferentes tipos de organização. Há consultores ajudando fazer leituras de cenário e a criar soluções que estão ajudando a transformar negócios e organizações. Há professores universitários criando programas de pós-graduação e linhas de pesquisa inovadoras e professores infanto-juvenis, colocando o tema como base para o desenvolvimento da sensibilidade e competências relacionais de crianças e adolescentes. E há ainda, ativistas lutando em movimentos sociais específicos e interseccionais e políticos propondo a criação de políticas públicas necessárias para ampliarmos as condições de dignidade para milhões de pessoas que, por sua condição ou escolha, fogem aos padrões normativos e têm sido deixadas historicamente pra trás.
Ah... e não posso deixar de falar que há também aquelas pessoas que têm Diversidade e Inclusão como valor para a condução do seu ofício ou do seu pequeno empreendimento, seja ele qual for.
São pessoas formadas em diferentes áreas ou ainda na escola da vida – com notório saber da vivência legítima– e que têm dado contribuições cruciais para consolidar o tema como essência e fundamento para tornar o mundo melhor para todas as pessoas.
Mas o que é preciso para ser um protagonista dessa jornada de transformação que gera ganhos tangíveis e intangíveis para pessoas, relações, ambientes, organizações, negócios e para toda a sociedade?
Ao meu ver, são dois caminhos paralelos, complementares e que elevam qualquer pessoa que decide encarar essa jornada com seriedade: 1) buscar constantemente a ampliação da própria visão e consciência e; 2) Desenvolver competências essenciais para propor ações úteis e funcionais para o seu contexto de atuação.
Esse tema passa por dentro da gente e transborda fora, em forma de movimento para a mudança. Por isso, na prática, alguns atributos são imprescindíveis, como:
- Ter o tema como valor para si, para suas relações e para os ambientes dos quais faz parte.
- Compreender e acolher a pluralidade da vida e as infinitas formas de viver.
- Reconhecer as diferenças culturais que imprimem diferentes leituras sobre como trabalhar o assunto.
- Ter pensamento sistêmico para ser capaz de ligar os pontos e ler assertivamente o cenário no qual vai trabalhar.
- Conhecer a evolução histórica dos paradigmas sociais de grupos identitários e os movimentos sociais que asseguraram (e asseguram) direitos e protagonismo para os mesmos grupos.
- Conhecer, tratados, convenções e legislações relacionadas ao tema.
- Reconhecer que seu lugar de fala tem valor, mas é delimitado às suas características, educação, experiências, privilégios, etc.; e ele não fala em nome de ninguém, apenas do seu.
- Entender e defender que representatividade importa.
- Ter humildade para reconhecer e lidar com os próprios preconceitos (este é um exercício sem fim).
- Questionar o status quo, quando este reproduz e repete padrões comportamentais que excluem e lesam certos grupos e pessoas.
- Ter potencial para criar, implementar e avaliar projetos para transformar realidades (e desenvolver competências pra fazer isso).
- Desenvolver capacidade de influência e negociação.
- Saber circular em diferentes grupos para ouvir, dialogar e construir coletivamente as soluções.
- Valorizar pequenas conquistas, mas perseguir as grandes.
- Ter resiliência para lidar com situações e cenários difíceis.
- Ter habilidade para começar de novo e de novo e de novo.
É claro que não se desenvolve esses atributos da noite pro dia. É na jornada que vamos aprendendo e descobrindo o que é natural, espontâneo e o que precisamos ralar para desenvolver. É na jornada que vamos nos construindo e damos nossa parcela de contribuição que - acredite - tem muito valor.
Diversidade e Inclusão é um tema transversal e interdisciplinar que pede diferentes olhares, perspectivas, necessidades e recursos. Quanto mais pessoas se interessam em aprender e a colocar o tema a serviço da sua área de influência, maior será o potencial de soluções criativas, colaborativas e sustentáveis e maiores serão as chances de nos tornamos mais e melhores como humanidade, em todas as suas dimensões.
Que tal? Bora lá construir um mundo mais inclusivo para a diversidade já está aqui, em mim, em você e à nossa volta?
Aquele abraço!!!
Viviane de Araújo :)