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COMO O ARTESANATO ENTROU EM MINHA VIDA. OU AS PRIMEIRAS PERCEPÇÕES DA CRIATIVIDADE SE MANIFESTANDO EM MIM.

COMO O ARTESANATO ENTROU EM MINHA VIDA.  OU AS PRIMEIRAS  PERCEPÇÕES DA CRIATIVIDADE SE MANIFESTANDO EM MIM.
Estela Pacheco
Oct. 6 - 4 min read
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Hoje, no post que compartilhei no meu perfil do Instagram, coloquei um trecho de Fernando Pessoa. Por conta disso, vou começar meu texto de hoje parafraseando este maravilhoso intérprete das emoções humanas – “Viver não é necessário. Necessário é criar”. F.P.

Viver por viver, para mim, desde bem criança, nunca fez sentido. Sempre achei que a vida era algo mais além do que nascer, estudar, trabalhar, procriar e morrer... Se fosse apenas pra isso, pra que precisaríamos ter desenvolvido mais consciência que os demais seres da natureza? Passar por passar pela existência nunca fez sentido pra mim. Por mais que eu tenha em boa parte minha vida tentado me adequar ao que os outros queriam de mim, internamente eu era torturada por ser alguém dentro diferente do que eu era fora (e eu não gostava de quem eu era fora...). “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”, já dizia Caetano Veloso.

A minha válvula de escape (no tempo que ainda existiam válvulas) era a minha criatividade. Desde muito pequena era eu a que mais inventava brinquedos e formas de se brincar. Por mais tímida e retraída que eu era com as outras crianças, dentro de casa, talvez por ser a mais velha de 4 irmãos, inventava mil brinquedos e brincadeiras, em uma época onde não existia internet e a TV era pouco interessante para as crianças. Uma das minhas mais marcantes inventividades foi um “cinema” que fiz, seguindo as instruções de uma revista que ensinava: com caixa de papelão com um recorte retangular no fundo, uma revista em quadrinhos cortada quadro a quadro e montada em uma longa fita de papel que depois era enrolada. No escuro, com uma vela acesa ao fundo, eu ia girando a “história” com a luz da vela atrás e narrando para meus irmãos... Claro que não deu certo... pegou fogo no meu cinema sem ao menos ter concluído o filminho...

Com meus 11 anos, mais ou menos, comecei a aprender tricô e crochê. Tinha uma vizinha, D. Olívia, uma portuguesa típica que vivia sentada em seu jardim fazendo suas artes e eu ficava admirada – Como que com um fio e uma agulha era capaz de se produzir uma peça de roupa, um adorno, uma bolsa! Enfim, me encantava ver que, o que a imaginação mandasse, poderia se criar com apenas linha e agulhas e, claro, mãos habilidosas... O carinho com que ela me ensinou e teve paciência comigo, é algo que fez uma grande diferença pra eu não desistir no meio do caminho e querer buscar explorar mais e mais este mundo de criações. Tanto que, como eu vivia perdendo os pontos nos meus trabalhos de tricô, o “Seu” Joaquim, esposo dela, fez cortes iguais às agulhas de crochê, em agulhas de metal e me deram de presente...nunca mais perdi os pontos...Com certeza, contando agora este episodio da minha história, vejo o quanto esse carinho deles foi de extrema importância neste processo e nesta paixão de criar com as mãos diferentes formas de diferentes jeitos  que me acompanham por toda a vida.

Pretendo não escrever textos longos. Então, vou continuar um próximo episódio da próxima vez! 

Ah! E vocês repararam, né? Eu sou a louca dos três pontinhos! Eles me representam! rsss 


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