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Como agir apesar do medo: uma análise dos 3 baldes da coragem

Como agir apesar do medo: uma análise dos 3 baldes da coragem
Ana Catarina Abel
jan. 25 - 5 min de leitura
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Você sabe o que é coragem? Muitos acreditam que coragem é a capacidade de não ter medo, mas na verdade ela é a habilidade de agir apesar do medo.

Em um dos módulos do MBA que faço atualmente, tive a grande surpresa de ter um módulo intitulado coragem. A primeira vista pensei: “o que vamos abordar?”. Para mim naquele momento, a coragem ainda era tratada como algo muito subjetivo, muito relacionado a acontecimentos extraordinários.

Durante as aulas pude perceber que a coragem está presente no nosso dia a dia, é quase nossa companheira, pois a todo o momento precisamos tomar decisões. Ela está presente quando nos posicionamos em um determinado tema, mesmo sabendo que alguns podem discordar e quando ousamos fazer diferente apesar das consequências ou julgamentos.

E a coragem na verdade não é algo subjetivo ou extraordinário, ela é uma habilidade e pode ser trabalhada assim como qualquer outra.

Diante disso, o autor Bill Treasurer, em seu livro “Courage goes to work” traz uma abordagem muito interessante para analisarmos a coragem no processo de tomada de decisão.

Ele aponta que existem 3 dimensões da coragem, que são conhecidos como os 3 baldes da coragem:

1 - TENTAR

O primeiro balde da coragem se chama TENTAR. É o balde associado a tomar iniciativa e tentar algo novo.

Um bom exemplo em que o balde do tentar transborda é em situações onde você precisa desenvolver novas habilidades. Pode ser um projeto no trabalho ou um projeto pessoal. Você precisa romper a inércia e ter coragem de tentar.

Claro que tomar a decisão de tentar também traz suas consequências, afinal a coragem não dissipa os seus medos, ela apenas lhe dá subsídios para fazer o que precisa apesar do medo. Quando você tenta é preciso ter em mente que suas ações podem impactar outras pessoas e que você pode falhar e ser julgado ou ainda se frustrar, mas você precisa estar disposto e tentar.

2 - CONFIAR

O outro balde que está presente no processo decisório de tomar, ou não uma atitude, é o balde de CONFIAR. Este balde tem como função confiar nas ações e decisões de outras pessoas. Confiar está associado a ser receptivo e seguir. Abrir mão do controle da decisão.

Um grande exemplo de confiar são as relações familiares, onde cada membro tem alguma responsabilidade e tem livre arbítrio para tomar as decisões naquele setor. Pensando assim, confiar parece muito mais fácil que tentar, pois você não toma a decisão efetivamente, então entende que a culpa de uma decisão errada não é sua.

Apesar de parecer fácil, o processo de confiar também tem seus riscos, pois a decisão do outro pode impactar você diretamente. Além disso, você pode criar certa dependência e não ter mais as rédeas da sua vida. Às vezes é importante que você distribua a confiança em algumas pessoas, pois jogar todas as suas fichas em uma pessoa só, mesmo que você confie 100%, pode te trazer consequências no futuro.

Além disso, o balde de confiar traz à tona a vulnerabilidade, pois se você transfere o seu poder de tomar a decisão para outra pessoa, é preciso ser totalmente transparente.

3 - FALAR

O balde de falar é a coragem de falar a verdade, expor suas próprias ideias e opiniões. Lembra-se daquela aflição de levantar o dedo para dar a sua opinião? Ela entra aqui. E para isso, você precisa de muita convicção, pois existe o risco da fala não ser bem recebida pelo grupo.

Na dimensão do falar, também estão situações onde é necessário expressar influência, como em vendas e convencimento de ideias – e ainda os momentos onde é necessário pedir ajuda, como quando estamos sobrecarregados.

O risco do falar está principalmente no julgamento de quem escuta, mas isso não pode te impedir de falar, pois assim como nos outros baldes, as consequências sempre existirão.

Conheça seus medos

Conheça seus medos e seja sincero em relação a eles para desenvolver sua habilidade de coragem. Uma ajuda nesse processo é pensar no que você pode ganhar sendo corajoso em vez do que pode perder continuando sem agir.

E é importante lembrar que ter coragem não é ser imprudente. Ser corajoso implica em ser analítico e pensar nas consequências da decisão. É preciso analisar suas prioridades e ponderar o que você está disposto a perder para ganhar.

Encha seus baldes e encontre o equilíbrio, mas nunca deixe de tomar uma decisão por medo. Use os baldes a seu favor.

Todos ganham com pessoas corajosas ao nosso redor. Profissionais corajosos correm mais riscos, lidam melhor com mudanças inesperadas e compartilham suas ideias e experiências.

“A coragem é contagiosa. Toda vez que escolhemos coragem, fazemos com que tudo que nos rodeia seja um pouco melhor e construímos um mundo com mais bravura.” Brené Brown


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