Vem pensar, projetar e fazer junto...
O mundo está mudado, e continua mudando… será? Por que, pra quem, como, quando, onde, quanto…? Estruturalmente a desigualdade social, econômica e territorial continuará sendo um dos nossos maiores desafios enquanto ecossistema e elementos integrantes da Pachamama e de Gaia, claro, junto com o aquecimento global e destruição pela ganância, lucro, superexploração capitalista, de nossa casa comum e único planeta habitável até agora.
A partir dessa realidade que requer mudanças radicais e urgentes, e de um mundo pós pandemia, queremos pensar juntos, possíveis caminhos sustentáveis para a arquitetura e para o território. Como criar soluções com menor impacto ambiental, reaproveitando materiais, recursos e tecnologias e técnicas comunitárias pré-existentes, energias já dispostas ao nosso redor? Que tipo de abrigos, espaços, usos e ambientes coletivos para as pessoas precisamos neste século XXI? Como criar edificações e intervenções integradas e em equilíbrio com o ambiente e universo a partir da cosmovisão indígena de que somos um todo, estamos interconectados, os animais, vegetais, minerais, espíritos e energias?
Para isso, nós do curso de arquitetura e urbanismo da FURB (Universidade Pública de Blumenau e região), através da disciplina de Atelier 5, em conjunto com o Transformação Criativa, gostaríamos de convidar parceiros externos, lideranças comunitárias, articuladores de projetos e redes, ativistas sociais, ambientais e culturais, ou quem quiser brincar/participar, a apresentar sua realidade, seus desafios, seus problemas, suas necessidades e recursos para uma construção coletiva entre parceiros externos, alunos da disciplina (25) e professores (eu e o prof. Cezar). A ideia é formar grupos de 4 ou 5 alunos em torno de um dos desafios apresentados, sendo que o facilitador (como estamos chamando os parceiros externos) será uma espécie de co-orientador ou mentor do projeto, apresentando a realidade de sua rede, suas necessidades, oportunidades de projeto, acompanhando a co-criação e desenvolvimento do anteprojeto de arquitetura, que será disponibilizado ao final para que os parceiros possam captar apoio e recursos e implementá-lo.
Liberdade, autonomia e cooperação, estas são palavras e atitudes chave para o processo, ou seja, o grau de envolvimento, tempo e profundidade de cada projeto, será definido ao longo do processo de forma leve, transparente e fraterna entre o facilitador, o grupo de alunos e os professores e parceiros estratégicos como o Transcriativa e outros. Basicamente os facilitadores poderão: compartilhar conhecimentos; fazer questionamentos e provocações; abaixo um roteiro sugerido:
Quem é você? Qual sua relação, papel e objetivos?
Breve descrição e histórico da comunidade ou rede envolvida.
Localização na cidade (imagens google earth) + fotos (entorno e acesso da comunidade e local do projeto
Objetivo do projeto (programa de necessidades: para que o espaço será usado, como, por quem, características gerais, limitações orçamentárias. Caso já exista um terreno ou local escolhido (levantamento, planta do terreno, dimensões básicas)
Disponibilidade para participar de 4 encontros virtuais ao longo de 5 meses e interagir de forma complementar com o grupo de projeto (4 alunos orientados por 2 professores)
Informações complementares e levantamentos simples definidos em comum acordo entre o facilitador (liderança comunitária) e o grupo de alunos e professores.
A disciplina acontece formalmente no período da manhã, terças e sextas entre 7:30 e 12h, mas a interação com os parceiros externos acontecerá em 5 momentos diferentes:
+ APRESENTAÇÃO/SENSIBILIZAÇÃO (março)
+ CONTEXTUALIZAÇÃO/REALIDADE LOCAL (março)
+ DIRETRIZES DE PROJETO (abril)
+ CO-CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO PROJETO (maio)
+ APRESENTAÇÃO/VALIDAÇÃO DO PROJETO (junho)
ou seja, resumindo:
Criar projetos simples, baseados na realidade, que possam ser aplicados ou construídos posteriormente e considerem os recursos disponíveis em cada local ou comunidade, empoderando os parceiros e facilitando eventuais apresentações e captação de recursos, além de gerar conteúdo, compartilhar o processo e dia a dia do projeto e se conectar à rede de propósito do Transformação Criativa, estimulando o espírito empreendedor, criativo, inovador e crítico e autocrítico dos futuros arquitetos, está entre nossos sonhos e metas.
Quem sabe não podemos continuar conectados, cooperando, buscando objetivos e propósitos comuns para mudar este país, torná-lo mais inclusivo, participativo, interativo, sustentável, igualitário, democrático, popular e inovador… juntos e em rede!
(a imagem acima é de um parklet (vaga viva) construído de forma colaborativa em Blumenau pela loja Enxame, autoria das arquitetas e urbanistas egressas Furb, Amanda Tiedt e Fabíola Cordeiro.)