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Adaptabilidade: o mar ensina

Adaptabilidade: o mar ensina
Pamela de Campos Cândido
abr. 16 - 3 min de leitura
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A adaptabilidade sempre foi uma habilidade muito presente na minha vida, mesmo quando eu ainda nem a conhecia por esse nome. Lembro de sentir, desde muito cedo, um não pertencimento, e essa percepção foi meu argumento fiel de vitimização para justificar toda e qualquer dificuldade que se apresentasse à mim. Foi tanto, até que deixou de ser. 

Não sei dizer ao certo o momento em que isso aconteceu, mas fica aqui o meu agradecimento aos anos de terapia (ongoing) e todas as boas relações que eu construí e que me trouxeram um choque de verdade: a adaptação constante é um sopro de vida. 

Se nada existe de permanente a não ser a mudança, por que o medo? Vivemos uma pandemia agora mas já somos responsáveis por um surto de hipocrisia crônica há tanto tempo. Muito se fala sobre a ilusão do controle, pouco se aplica.

Há alguns anos eu conheci, de maneira orgânica, a frase "be water, my friend" e minha conexão com a mensagem foi tão genuína que acabei tirando disso o grande mantra que eu carrego. Lindo em teoria, não fosse o fracasso da prática. Ainda preciso ser constantemente lembrada de que ser água não é seguir o fluxo que se apresenta, e sim ser transformado no fluxo. O mar ensina. 

De que maneira a criatividade conversa com a adaptabilidade?

Também me questiono. Antes de escrever aqui, pensei em abordar o meu relacionamento com adaptações para encontrar uma resposta, mas percebi que isso transcende o que eu entendo. O que você entende. Até o que a teoria entende. Sendo assim, arrisco: Estamos vivendo uma ruptura com tudo o que se conhecia até então para abrir espaço ao potencial criativo que implora por uma voz. O caos que se instalou talvez seja justamente a essência da relação que existe entre essas duas habilidades.

Em um mundo que romantiza o que não deve e problematiza em excesso, que sejamos agora capazes de romantizar esse caos. Já parou pra pensar que o caos é a única ordem que, de fato, existe?

A sensação que eu citei lá no começo ainda está aqui. O que mudou foi a minha perspectiva. Ao invés de ser definida pelo não pertencimento, eu me transformei nele. Assim como a água. Transformar-se significa assumir uma nova forma, seja ela qual for, com a consciência de que esse é um convite da natureza porque o que antes era já não cabe. Mude. O mar ensina.

Dica de conteúdo aqui :)


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