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A viagem criativa começa de você

A viagem criativa começa de você
Juliana Pina
Apr. 5 - 4 min read
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Se enxergar, além de se olhar. Se escutar, além de se ouvir. Se sentir, além de existir. Ser, além de aparentar. Isso também é sobre criatividade. Talvez esse seja um bom começo para permitir o pensamento criativo fluir em ritmo. 

Criatividade, para além de uma habilidade, é uma ferramenta de autoconhecimento poderosa, que pode ser ativada através da observação profunda das coisas. É nela que acontecem as conexões inusitadas, as soluções de problemas, o reconhecimento das funções e dos não-objetos que podem ser de grande utilidade. O impalpável costuma ser impactante. 

Demorei muito tempo tentando encontrar o melhor tema e a melhor forma para iniciar minha participação aqui no blog da Transcriativa (projeto que admiro e me sinto honrada). Até que percebi que não existe nenhuma outra opção a não ser começar esse percurso por mim mesma, de dentro pra fora. Preciso me escutar primeiro pra poder me fazer ser compreendida. E atualmente, tudo em mim, passeia por dentro antes de ir pro mundo.

Acredito que esse momento de quarentena seja oportuno para refletirmos sobre como a nossa criatividade está associada a esse movimento de internalizar e externalizar. Uma pulsação bonita, em sintonia com nossos movimentos cotidianos espaçosos e sufocantes (sair e entrar em casa; abrir e fechar o carro; reter e dar dinheiro; apertar e folgar o abraço; ligar e desligar os eletrônicos - desligar?; contrair e relaxar os músculos no treino nosso - nosso? - de cada dia). É importante perceber como esses rituais da vida vão nos embalando num ritmo cego, que não sabe pra onde vai mas continua indo, muitas vezes, desgovernadamente (ficar sem um governo responsável é algo que conhecemos muito bem, né?). Em meio a essa achatação do que deveria ser a experiência mais magnífica da face da terra, a vida humana permanece sedenta e pulsante por criatividade! Agora, mais do que nunca. 

Criar não é apenas para o CEO da Startup X, ou para a artista da banda Y, ou para o palestrante de assunto Z. Criação não demanda um grande equipamento, uma equipe, um plano de negócios, um marketing estruturado, uma blogueiragem bem feita. Isso também é sobre criatividade, mas criatividade não é isso. Criatividade é algo íntimo, uma coisa que você e todo mundo conhece bem (mas às vezes diz que não sabe o que é, que não lembra como faz ou que é para poucos). A criatividade tá do lado de dentro e é acessível, é rica, é abundante, é inesgotável, é cíclica, é resgatável, é estimulável (principalmente em momentos de crises, como o de agora). 

A ideia aqui não é definir a criatividade para que ela caiba em alguma caixa (longe de mim cometer essa gafe), mas sim destrinchá-la para que possamos ver suas nuances, suas potencialidades e, se formos criativos, suas oportunidades. Afinal de contas, não é a crise que cria oportunidades... é a própria criatividade! A mecânica do pensamento criativo é quem promove esse mergulho na solução de problemas e enxerga o tal oceano azul. E como dizemos aqui em Salvador, bote fé que essa é uma ideia barril! haha Se você tem conhecimento sobre sua história, seu capital humano, suas habilidades, seus propósitos (criados e reinventados), você tem a criatividade caminhando do seu lado. Se você não sabe dizer nem o que te agrada, o que te (co)move, o que te inspira, você ainda tem a criatividade caminhando do seu lado! Mas será preciso desembaçar os retrovisores, reeducar o olhar, deixar algumas coisas pelo caminho para seguir a viagem mais leve. E é disso que estou falando. A viagem criativa começa de você e termina em você. 

Mas esse é um assunto que rende pra mais um texto, que talvez venha pro mundo mas antes precise passear um pouco mais aqui dentro!        


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