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A síndrome da apatia

A síndrome da apatia
Natália Montibeller
Apr. 22 - 3 min read
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Você tem se percebido apático ultimamente?

Não é uma questão de burnout nem de depressão, porque ainda existe energia em você, mas é uma falta de alegria e objetivo. 

É como se você estivesse confundindo seus dias, olhando para sua vida através de um pára-brisa enevoado. E pode ser a emoção dominante de 2021.

Isso tem sido a base para muitas outras circunstâncias consequentes: desistência, falta de foco, impermanência, uso excessivo de redes sociais ou de qualquer outra coisa que te faça pensar em nada.

É engraçado porque talvez você já tenha se dado conta da apatia, mas está apático com a própria apatia. Eu já me senti assim diversas vezes, principalmente nesse último ano.

Isso vai contra um senso de auto responsabilidade que já estamos cansados de saber: você é responsável por criar tudo o que quer e acredita, assim como você também é responsável pela reação apática de ver os dias passarem, mas a solução disso não é tão leve e fácil quanto os coachs recomendam.

Tanto que especialistas do mundo inteiro tem olhado pra isso com atenção e deram até nome: languishing, o que eu chamo aqui de apatia.

Apatia é o filho do meio negligenciado da saúde mental. É o vazio entre a depressão e o florescimento - a ausência de bem-estar. Você não tem sintomas de doença mental, mas também não é a imagem da saúde mental. Você não está funcionando com capacidade total. A apatia entorpece sua motivação, atrapalha sua capacidade de se concentrar e triplica as chances de você reduzir o trabalho. Parece ser mais comum do que a depressão grave e, de certa forma, pode ser um fator de risco maior para doenças mentais.

Um sociólogo americano chamado Corey Keyes, realizou este estudo e ficou surpreso ao ver que muitas pessoas que não estavam deprimidas também não estavam prosperando.

Sua pesquisa sugere que as pessoas com maior probabilidade de sofrer de depressão grave e transtornos de ansiedade na próxima década não são aquelas com esses sintomas hoje; elas são as pessoas que estão apáticas agora.

Por um outro lado eu tenho visto a apatia quase como um sucesso emocional. No meio do caos, morte, governo, enclausuramento e de um vírus que pode te matar numa simples ida ao mercado, essas pessoas conseguiram ficar no "zero a zero". Parece incrível né? Eu tava achando também, não fossem os estudos mostrando que o futuro de quem se sente assim é certo e tem nome: uma grande depressão coletiva.

Como exploradora da criatividade, eu vejo nela a possibilidade de auxiliar a síndrome apática que tem nos parado. By the way, você já parou pra pensar o que é, de fato, a criatividade sem cair na subjetividade do tema? Ela é o nosso poder de FAZER. De CRIAR ATIVIDADE.

Seria esse o oposto da apatia? Ou a criatividade seria a ferramenta?

Não tenho respostas exatas, mas inicio aqui o estudo. Volto em breve.


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