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O buraco negro na comunicação

O buraco negro na comunicação
Bibiana Rabaioli
mar. 29 - 5 min de leitura
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Em tempos de internet qual é o limite entre:

- as pessoas estão ocupadas demais com suas próprias coisas para conseguirem manter uma conversa e é preciso respeitar isso.

e

- elas simplesmente ignoram porque é menos importante ou tanto faz manter uma conversa.

?

Qual é o limite entre:

- precisamos apenas esperar e respeitar o espaço do outro.

e

- você não está tendo amor próprio nem se valoriza ao esperar por alguém que não tirou um minuto do dia pra ver que tua mensagem na conversa se perdeu entre as outras.

 

Confesso, eu não sei lidar com relacionamentos em tempos de internet. Apesar de ser dos tempos do MSN, quando quase tudo ainda era mato, até hoje, 29 anos, tenho dificuldade para entender e lidar com conversas na internet.

 

Comunicação na internet é desafiador. É muitas vezes um enigma pra mim, e é por isso que me disponho a estudar sobre comunicação. Que estudo comunicação não violenta, escrita, emoções e sentimentos na linguagem. Mas, na prática, é outra história.

 

Quando você está falando algo importante (por mensagem) com alguém, e a pessoa não responde em alguns dias, para mim, é d i f i s s í l i m o (big word) compreender sozinha se a pessoa só estava muito ocupada ou se estava rolando algo mais nesse silêncio.

 

Há um limiar entre você ficar frustrade com isso, lembrar do seu amor próprio de não querer relações com pessoas que aparecem só quando lhes convém e, por outro lado, saber que realmente o outro pode estar passando por algo e está indisponível, sobrecarregado com tantas coisas nesses tempos difíceis e que, nesse caso, você estaria sendo egoísta.

 

Então, qual é o limite? Quantos dias?

 

E outra reflexão que tenho feito pra além disso: as relações com as pessoas que são importantes pra gente não precisam ser tomadas com mais atenção?

Até que ponto, trabalho e outras coisas vêm antes? E, em que momentos da vida?

São reflexões que estou me propondo a fazer sem julgamentos.

 

Quantos dias é normal e quantos dias é o buraco negro na comunicação?

 

Quantos dias estabeleceriam a diferença entre:

- compreender que não se está 100% (ninguém precisa estar 100%) e outras coisas surgem

e

- estou ignorando por n motivos (não quero, não ligo, estou indisponível emocionalmente).

?

Como saber a diferença se não é falado?

 

Pergunto isso porque sei muito bem ignorar. Posso ser perita nisso. Conheço minhas sombras. E sei que é uma das piores coisas, porque ignorar é como abrir um buraco negro na comunicação.

 

Ignorar é o buraco negro da comunicação porque, mesmo sem falar, diz muito e pode te sugar para dentro, levar tua energia se você permitir.

 

Mas, afinal, qual é o papel da Comunicação nisso?

 

Você está pensando certo se está aí dizendo: "é melhor perguntar pra pessoa o que há".

Adivinha!? Não perguntei.

 

Segui meu impulso de preservação, pensei no meu amor próprio e no quanto não quero mais sofrer com relacionamentos e amizades que não se importam, que ignoram, que "não têm tempo".

 

Tempo sempre há minha filha, o que não há é prioridade.

 

Isso vem da infância, esse instinto, tenho consciência disso. De pais indisponíveis, sempre sem tempo, mãe sempre trabalhando ou muito cansada pra qualquer coisa, de pai "não podendo ser perturbado".

 

I N D I S P O N I B I L I D A D E (big word).

 

Vivemos num mundo de indisponibilidade crônica?

 

Sei o quando fere a indisponibilidade, principalmente a emocional.

 

Por isso pulei como uma tigresa em defesa do meu amor próprio e auto estima.

Por causa daquela linha tênue que ninguém sabe dizer qual é o limite. Nem você, nem eu, nem o Papa, nem a Manona, ninguém.

 

Mas... ele, no outro lado da conversa, respondeu com ponderação, abrindo diálogo, puxando minha calma de volta, pedindo empatia nas entrelinhas, contando mais nas entrelinhas e na voz do que nas palavras ditas.

Recuei da tigresa e talvez, me transformei numa coruja novamente, pra planar e ver de cima.

 

A comunicação faz toda a diferença.

E aqui vamos nós, corajosamente encarar, se manter aberta pro diálogo e continuar a nos comunicar nesse mundo complexo de humanos e de internet.

 

Ao 1 ano de idade aprendi a falar.

Tenho quase 30 e a cada dia ainda estou aprendendo a me comunicar.

E, na real, quem não está?

 

Bibiana Rabaioli

 

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Me segue no instagram: @bibiana.rabaioli

 


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