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Como saber se o modelo de negócio é colaborativo ou não, em três passos.

Como saber se o modelo de negócio é colaborativo ou não, em três passos.
Gilberto Marques
Sep. 27 - 4 min read
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Primeiro, gostaria de reforçar que transito no mercado de publicidade e marketing há muito tempo...põe 30 anos nisso. Na minha produção artística tive um hiato na mesma quantidade de anos mas, felizmente, voltei a produzir em 2018.

O que me levou ao modelo colaborativo de negócios foi justamente meu projeto de artes, o Galeria Na Rua, que, basicamente, busca espaços físicos para ocupação.

E aí vieram as surpresas!! Basicamente, descobri que o modelo tradicional tinha se apropriado do termo e que "modernetes" entraram em cena, fantasiando uma loja tradicional de hippie.

Mas, se você é artista ou produtor artesanal, para detectar e fugir da armadilha do mercado, pode seguir um pequeno roteiro.

Passo1: Como funciona o modelo Colaborativo

O modelo colaborativo, antes de ser disruptivo, é cooperativo, tenha isso em mente. É um projeto coletivo, de preferência, mas pode ter nascido a partir de uma pessoa ou pequeno grupo de pessoas. Normalmente aplicado a produtores independentes, artesanais, artistas, mas o modelo cabe nas áreas de tecnologia, inovação e criatividade. Nesse modelo todos ocupam o espaço dividindo custos, e o lucro não vem do negócio em si, mas cada negócio gera seu próprio lucro.

Com os custos rateados, o valor final de venda fica próximo ao valor que o produtor praticava antes fazendo venda direta ao consumidor. Uma das vantagens está no fato de que uma loja física pode agregar valor ao produto. E fica bem claro que não há a figura do intermediário.

*O marketing teima em criar termos para esses tipos de relacionamento entre vendedor e comprador e, nessa pandemia, introduziram o termo P2C (produtor para consumidor), totalmente equivocado pois, restaurantes, por exemplo, ampliando o delivery não estão praticando o P2C, pois restaurantes continuam sendo intermediário. O termo P2C é muito apropriado às relações entre produtores artesanais, artistas e criativos em todos os seguimentos, que vendem direto ao público consumidor, seja qual for a plataforma.*

Passo 2: fique atento a pegadinha da moda

Os "modernetes", que se apropriaram do termo e criaram ambientes e lojas, e costroem sua comunicação em torno do termo "colaborativo," nada mais fazem do que maquiagem. Atribuem um termo que tem uma apelo muito mais interessante ao jeito de consumir hoje em dia, ao que na verdade é conhecido como loja popup, ou seja, loja dentro de loja. O que esse empresário faz é sublocação de espaço e não compartilhamento. Isso tem que ficar bem claro para o produtor pois, no popup seu produto é mais um produto da loja e, provavelmente, para ter condições de sobreviver ali, necessariamente fará as contas e descobrirá que o seu produto vai ser vendido com sobrepreço, o que distorce totalmente o modelo de venda artesanal. Então, óbvio, fica claro a presença da figura do intermediário. O ponto super negativo: se eu conheço o artista e já consumia seu produto, vou deixar de consumir na loja pois o preço ficou muito maior do que quando comprava direto, ou na feira, ou em qualquer outra plataforma. Do lado do proprietário, que só visa o lucro da loja, como você espera que ele trabalhe seu produto ou sua venda? Não espere, o seu produto é somente mais um na gôndola...

Passo 3: Decida onde você quer estar na cadeia e na economia produtiva criativa

Se você artista, artesão, criativo, quer vender seu produto direto para o consumidor final , pelo valor justo, visando lucro e sustentabilidade, e aproveitando do melhor do contato interpessoal, precisa ter bem claro qual o modelo representa melhor seu mundo e suas relações e fazer uma escolha racional. Isso implica em não cair nas armadilhas que o marketing espalha pelo mercado. 

E aí, vai de loja popup ou de loja colaborativa? Só não caia na pegadinha...

 

 


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