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Como cozinhar me conecta comigo mesma

Como cozinhar me conecta comigo mesma
Bruna Cazzolato
Nov. 11 - 2 min read
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Descobri uma paixão nos últimos anos: eu gosto de confeitaria. Aqueles doces que são lindos de ver e parecem difíceis de fazer, pois então, são eles que estão chamando minha atenção. 

Foi uma relação natural de uma vontade de comer (que eu amo!), que se tornou um interesse e me levou a fazer a tríade pesquisa, ação e consequência. Parece algo simples seguir os passos de uma receita, mas não são poucas as lições que tiro de cada receita (que dá certo ou não) e a mais importante é ato de estar presente.  

É impossível fazer confeitaria sem atenção plena. Se eu não olho o leite esquentando, ele transborda. Se não presto atenção nas medidas, tudo desanda. Se não leio a receita com atenção, perco detalhes.  

De vários erros que cometi (e não foram poucos), ficam os acertos. A felicidade do pão que saí quentinho e lindo do forno, da torta que eu nem sabia que conseguiria fazer trazem sensações incríveis, mas também erro e feio (só um recado para os meus seguidores do Instagram: só publico o que dá super certo!).  

Claro que não poderia faltar o pão de fermentação natural.

É um ato corajoso quando consigo adaptar algo, usando o que é inato em mim, mas algumas vezes esqueço que está aqui - a criatividade. Se não tenho um ingrediente já entendi que muitas vezes posso adaptar – você pode substituir mel por melado, por exemplo (rs).  

Eu mudei um pesadelo (lavar louça, cof, ainda é chato) em algo natural e calmo para a etapa da confeitaria. Apesar de ainda ser uma obrigação, minha mente se acalma quando cozinho em um ambiente organizado. Eu não sabia disso até começar a testar.  

Estou tratando minhas receitas como um objetivo leve que eu coloco o tempo que quero. Inicia-se na leitura da receita, na releitura com anotações, no mise-en-place (em tradução livre, organizar os ingredientes e utensílios), e assim começo os passos, que as vezes demoram dias para que no final eu deguste aquela obra.  

E a atenção plena não vem só no cozinhar, mas na hora que paro para comer –como poderei comer sem carinho para algo que fiz com tanta dedicação?  

Na foto de capa está um bolo de pêra com castanha portuguesa. Parte de um desafio de cozinhar todas as receitas do meu livro favorito de confeitaria - Dessert Person, de Claire Saffitz. 


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