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5 DICAS PRECIOSAS DO “ESSENCIALISMO” PARA QUEM SE SENTE SOBRECARREGADO

5 DICAS PRECIOSAS DO “ESSENCIALISMO” PARA QUEM SE SENTE SOBRECARREGADO
JOANA LAZZARIS VENERANTO
jan. 11 - 9 min de leitura
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Incrivelmente, 2020 foi meu ano do “SIM”. Aliás, dos “sins”, no plural mesmo. Recebi vários deles, alguns muito esperados e batalhados há tempos. E, principalmente, distribuí “sins” por aí, como se não houvesse amanhã. Até que precisei parar, respirar e refletir, pois fazia isso com tanta frequência que quase ‘explodi’ de sobrecarga por consequência das minhas próprias escolhas. Em uma viagem a trabalho, onde fazia praticamente três turnos para dar conta de tudo, lembrei do livro “Essencialismo”, de Greg Mckeown, indicado por uma grande amiga meses atrás, mas que havia ficado esquecido em alguma gaveta mental do “não tenho tempo agora”. Logo, passei em uma livraria e iniciei a leitura, sem mais desculpas. Meu cérebro teve um click, uma virada de chave, fez-se a luz do essencialismo.

A dificuldade em dizer “não”, comumente acompanha as pessoas, por diversos fatores: desde ser altruísta, gostar de estar sempre disponível, podendo ajudar tudo e todos, até ter vontade de mostrar serviço, provar que consegue, que é capaz de abraçar o mundo. E, sabemos que as consequências disso podem não ser nada positivas.

O tal “amanhã” chega, e com ele os desfechos, bons e ruins, dos famigerados sins.

“Consegue entregar o relatório amanhã? Sim!”

“Consegue assumir a responsabilidade por esse projeto super importante? Claro!”

“Pode quebrar esse galho pra mim? Posso!”

“Ninguém se prontificou a ficar responsável pela nova demanda: eu fico!”

“SIM, SIM, SIM!”

Resultado: sobrecarga, sensação de descontrole, de impotência e improdutividade.

E é justamente esse tema que Greg Mckeown aborda, dando exemplos práticos de como tornar-se um essencialista, através de atitudes e mudança de mindset. Assim, finalizando a leitura, resolvi escrever um pouco e difundir 5 ensinamentos preciosos do Essencialismo:

  1. O QUE NÃO FAZER: COMO MUITOS CHEGAM AO ‘NÃO ESSENCIALISMO’

Inicio com essa lição para deixar registrado como, muitas vezes, atingimos o ápice do ‘não essencialismo’ pelo sucesso momentâneo que o ‘sim’ pra tudo e todos pode trazer.

Suponha qualquer atividade, profissional ou pessoal, envolvendo pessoas novas e escolhas em sua vida. Você possui suas atividades designadas e as faz normalmente. De repente, aparece uma opção a mais, uma nova atividade que ninguém se dispôs a fazer, então você se candidata e se sai maravilhosamente bem no desempenho dela: ótimo! Aí aparecem mais 5 dessas, e você se torna o responsável, pois teve sucesso em uma primeira vez, ninguém mais sequer pergunta: a atividade já é sua. Mas aí, um colega te pede um favor, um superior te pede um entrega em menor prazo, alguém marca uma reunião parra o fim de semana... E você dá conta de tudo. Sucesso! A régua vai subindo cada vez mais alto, as pessoas te elogiam pela paixão pelo que faz, você recebe recompensas e o hábito de aceitar cada vez mais demandas, de perder “só mais um fim de semana” se instaura e, subitamente, você se vê perdido. Sem controle de tudo que está fazendo e as vezes até sem entender como chegou a esse nível de sobrecarga. Você simplesmente deixou de tomar decisões, as outras pessoas as tomaram por você. Então, bora tomar as rédeas das suas decisões novamente?

2. BUSQUE POR MENOS

Eliminar o que não é essencial: poucas atividades, tarefas ou compromissos são realmente importantes e é fundamental para o essencialista fazer suas próprias escolhas e saber onde colocar sua energia. “Escolher ter escolha”. Fazer uma escolha, muitas vezes traz uma sensação de perda pelas opções “deixadas para trás” e isso a torna mais difícil. O gatilho de resposta a seguinte pergunta pode te ajudar na tomada de decisão:

“Se eu só pudesse fazer uma única coisa com minha vida agora, qual seria?”

No seu dia-a-dia, particularize-a para seu nicho, para suas opções ou para seu problema. No meu caso, que trabalho com construção civil, poderia ser: “Se eu pudesse escolher apenas um fornecedor de piso este ano, qual seria?” ou “Se eu tivesse tempo para uma única reunião das três que tenho hoje, qual seria?”. A pergunta é um tanto apocalíptica e rígida justamente para trazer a necessidade de priorização e nos levar a melhor estratégia.

3. AVALIE OPORTUNIDADES POR ELIMINAÇÃO

Um essencialista acaba analisando muito mais opções que o não essencialista. Isso porque o não essencialista tende a não analisar, mas sim partir para execução de tudo, gastando energia em prol de todas as opções e tendo muito retrabalho ou tempo desperdiçado. Quando surge uma nova oportunidade sem aviso, ou até mais de uma, como vencer o medo de sacrificar as triviais pra escolher a melhor de todas, principalmente quando se trata de uma decisão de mudança de vida?

Se tratando de algo não esperado e específico, podemos fazer o exercício de resposta à pergunta:

“Se essa oportunidade não tivesse surgido, o que eu estaria disposto a fazer para conseguí-la?”

E se tratando de oportunidades do mesmo campo, por exemplo, quando prestamos vestibular e passamos em mais de uma universidade, podemos fazer o seguinte exercício, num papel mesmo:

A. descrever qual oportunidade está sendo oferecida (Ex: entrar em uma universidade);

B. fazer uma lista de três critérios mínimos para a opção ser escolhida (Ex: quais características básicas uma universidade deve ter);

C. listar três critérios rígidos (Ex: quais critérios específicos para meu curso eu exijo que a universidade possua).

A oportunidade que não atender todos os critérios mínimos (B) e dois dos critérios rígidos (C) deverá ser eliminada.

4. DIZER NÃO COM ELEGÂNCIA

“Dizer não significa ir contra as expectativas sociais”

pois, geralmente, sentimos culpa. Mas, ao mesmo tempo, muitas vezes dizer sim traz, logo em seguida, arrependimento e desconforto. O essencialista diz não com firmeza e ao mesmo tempo, com elegância e delicadeza e isso o torna respeitado e admirado. Mas como?

  • Utilize outras palavras, não apenas o “não” seco:

“não, mas...”; “adoraria, mas...”

Fazer isso por e-mail pode facilitar e te ajudar nos primeiros passos, gerando menos incomodo.

  • Tática da agenda: “vou conferir a agenda e fico de lhe dar um retorno.”

O famoso “vou ver e te aviso” pode nos dar um fôlego para ponderar e responder que, infelizmente, não temos tempo disponível. Lembre-se, tempo é uma moeda de troca importantíssima.

  • Troca de prioridades: “o que devo deixar de fazer em troca disso?”

Essa ponderação é muito importante quando várias solicitações vêm de uma mesma pessoa e todas elas parecem ser vitais. Você demonstra que tem interesse em entregar todas as atividades, mas é impossível que todas sejam prioridade, portanto, deixa claro que, para fazer X, deixará de lado Y.

  • Indique outra pessoa: “Não posso, mas acredito que seja do interesse de Fulano”.

5. DIMINUA AS INTERVENÇÕES

Você, não essencialista, com certeza já foi o primeiro a responder uma mensagem em grupo de WhatsApp, ou um e-mail onde é copiado, e em seguida se arrependeu, pois tomou pra si um problema que não era seu. Resistir um pouco a tendência de intervir também nos ajuda a sermos mais essencialistas, pois talvez seja mais útil esperar, observar e daí sim emitir sua opinião ou resposta de maneira assertiva.

LIÇÃO BÔNUS: O LÍDER ESSENCIALISTA

Um líder essencialista prega a transparência no propósito e no papel do time: quando a equipe está ciente de onde precisa chegar, fica mais fácil tomarem decisões com autonomia e prosperar.

“Aonde queremos chegar no período X? Qual a principal meta da equipe este ano? Qual a função de cada um dentro do time?”

Já quando os times têm muitas tarefas, não possuem clareza das suas funções e não sabem qual a prioridade, tendem a ficar sobrecarregados, estressados, sobrecarregar o líder e não conseguirem entregar a meta.  

Ser essencialista não é algo simples que acontece do dia pra noite. Requer prática, atitude e constância. É muito importante entender que se pode ter perfil multitarefas, ser gentil, altruísta e ser essencialista ao mesmo tempo, não são características opostas, pelo contrário. Também é muito importante entender que não basta dizer “não” para tudo mas seguir gastando energia com diversas atividades que não te levarão ao cumprimento da sua meta ou propósito.

Minha sugestão é que, sempre que nos sentirmos sobrecarregados, colocando energia em muitas atividades e distribuindo “sins” sem muito controle, caso não seja possível fazer a leitura completa do “Essencialismo”, voltemos nesse texto e internalizemos novamente essas lições. Que ele sirva de lembrete: menos é mais.

 

 


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