Transformação Criativa
Transformação Criativa
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
3 minutos no futuroVOLTAR

CRIATIVIDADE VS TECNOLOGIA: POR QUE NÃO OS DOIS?

CRIATIVIDADE VS TECNOLOGIA: POR QUE NÃO OS DOIS?
Lucas Dieter
jun. 26 - 6 min de leitura
010


Um dos maiores impulsionadores do mercado de trabalho nos últimos anos foi a inclusão de habilidades socioemocionais na lista de requisitos desejados em todos os profissionais.

Antes disso, era comum uma pessoa ser contratada apenas apenas pela sua habilidade técnica ou certificação acadêmica, sem levar em conta fatores como criatividade ou liderança. Com o passar dos anos, o mercado percebeu que muitas eram contratadas pelas suas capacitações técnicas, mas se mantinham (ou não) em seus empregos pelas suas capacidades não-técnicas.

Por isso, a criatividade se tornou uma das, ou, se não, A habilidade mais exigida no mercado recentemente. Isso se justifica pois ter o poder de tirar da cartola soluções criativas em situações de alta complexidade, em um mundo repleto de mudanças, é o sonho de qualquer empresa.

Ao mesmo tempo, a tecnologia avançou. E muito.

E isso gerou outro fenômeno no mercado de trabalho, conhecido como “skill gap”, ou seja, uma carência de profissionais capacitados em tecnologia para suprir a enorme demanda existente.

Não preciso nem dizer que o mercado de tecnologia se tornou o sonho de centenas de milhares de profissionais que, inclusive, migraram de área para trabalhar em startups atuando diretamente com tecnologia.

E até aí não tem problema nenhum, pois este é simplesmente o retrato de um contexto histórico recente no Brasil.

A questão mais complexa começa quando a corrida por desenvolver novas habilidades se inicia com força, e diversas iniciativas cravam os mais diferentes discursos:

O futuro é das soft skills!”, diz o primeiro.

A outra diz: “O futuro é tecnológico!”, enquanto chega mais um que grita: “O que nos resta é a criatividade enquanto os robôs fazem a parte técnica!

E lá no fundo surge alguém da multidão: “Quem irá programar os robôs serão os humanos, portanto, devemos saber tudo sobre tecnologia”.

Quem está certo? Creio que todos esses.
Quem está errado? Acredito que todos, também.

Estão certos, em partes, e errados também, pois o futuro não pode ficar restringido apenas por um caminho OU outro. A lógica binária é cruel para um futuro abundante e repleto de novos desafios.

Por que não um caminho E outro?

Falamos tanto sobre aprender a aprender… mas será que esquecemos de que não precisamos nos colocar dentro de uma caixa, e sim sermos profissionais mais plurais nesse momento?

Em todo caso, quase que semanalmente, recebo dúvidas específicas sobre isso: os chamados profissionais “criativos” sempre me perguntam sobre como aprender uma tecnologia sem necessariamente ter formação ou histórico profissional na área.

Afinal, dificilmente a academia teria a velocidade necessária para acompanhar tudo que está acontecendo no mundo “real” para poder suprir tal necessidade.

A dica que eu dou é sempre a mesma, e extremamente simples: comece por 1 problema.

Que seja um problema pequeno, de preferência, em caráter de teste, e se faça três perguntas:

(1) Estou disposto/a a não resolver isso da forma tradicional? Isto significa, antes de tudo, “desaprender” o que sei. Anote.

(2) Eu consigo resolver isso utilizando alguma tecnologia disponível? Para isso é necessário ter um conhecimento prévio das tendências tecnológicas no seu mercado - que deve ter problemas parecidos, e o Google te dará essa resposta. Anote.

(3) Se sim, como eu consigo resolver isso utilizando tecnologia? É daí que vamos começar. Anote TODAS as suas dúvidas e dificuldades, pontos cegos, medos e desconhecimentos.

Em um modelo de aprendizagem ativa, identificar qual é o primeiro pequeno passo que precisamos dar nos fará mais curiosos. E seguimos a partir disso.

Nós temos uma capacidade humana e uma tendência curiosa de tornar as coisas, inclusive nosso aprendizado, em questões complexas.

Queremos o resultado antes da prática. Por isso a importância de começar por UM problema pequeno e específico, diagnosticando O QUÊ eu preciso saber, depois o COMO eu posso chegar lá.

Exemplo: uma gestora precisa desenvolver um método de melhorar o primeiro atendimento ao cliente em seu e-commerce.

Pergunta (1): A forma tradicional seria promover um treinamento, ou contratar novos funcionários para a função. Congele essa opção e esqueça que ela existe, por ora.

Pergunta (2): Uma tendência de solução tecnológica poderia ser, por exemplo, utilizar um chatbot que tirasse todas as dúvidas do consumidor com eficiência.

Pergunta (3): Consegue resolver isso aprendendo sobre o mundo dos chatbots, entendendo suas limitações, e quais são os requisitos mínimos para desenvolver um.

A partir daí, vai nascer outra decisão: quanta energia colocar em aprender uma nova tecnologia, visto que a curva de aprendizagem pode ser mais ou menos demorada dependendo do meu objetivo?

Minha dica é de que se isso fizer parte do corebusiness do negócio - isto é - do coração do seu negócio, vale a pena se dedicar e aprender MUITO sobre isso. Existem cursos online, vídeos gratuitos e até na busca mais simples do Google você já encontra informações que te farão gerar mais e mais perguntas. O céu é o limite.

Agora, se não faz parte do corebusiness, vale a pena aprender o mínimo para ter o conhecimento necessário que te permita contratar alguém que faça isso bem feito. 

Em ambos os casos, será necessário um conhecimento sobre. E é aqui que tá o ponto: você desenvolver conhecimento sobre. 

Se você não for da área de TI, dificilmente você se tornará especialista nisso.
E o ideal é que nem vire mesmo, porque sua atuação deve estar focada em outro lugar.

Mas percebe como esse conhecimento te dá mais repertório para pensar em soluções diferentes ou colocar algo novo em prática?

Saber sobre as tecnologias que impactam o seu negócio e utilizá-las no estado da arte com criatividade é o que vai diferenciar os profissionais do passado e os do futuro, e essa intersecção talvez seja o principal fator na equação de inovação.

Então, se você ainda se sente distante das áreas de tecnologia, espero que esse texto tenha te inspirado e despertado uma vontade de entrar de cabeça em alguma delas. Você vai precisar!

Até mais,
@lucasdieter
 

Participe do grupo 3 minutos no futuro e receba novidades todas as semanas.


Denunciar publicação
    010

    Indicados para você